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A cidade de Nukus é a capital da república autónoma do Caracalpaquistão, a oeste do Uzbequistão, junto à fronteira com o Turquemenistão, numa área remota e com pouca densidade populacional. Foi fundada em 1860, recebendo o seu nome da designação arcaica dos uzbeques, cujo nome tribal original era precisamente Nukus. Até 1932 pouco mais era do que uma aldeia, mas nos anos 50 do século passado tinha-se desenvolvido, sendo já uma cidade tipicamente soviética com uma certa dimensão.
Quando falamos do Caracalpaquistão temos de referir dois lugares: os Castelos do Deserto do Antigo Khorezm e o cemitério de navios do Mar de Aral na cidade de Moynaq. Deverá ter em conta que a região é vasta e as distâncias a atravessar são gigantescas.
Nukus tem alguns locais de interesse que são fantásticos e merecem atenção quando visitar o Uzbequistão do norte, mais propriamente na zona de Caracalpaquistão. De qualquer maneira, Nukus não recebe as atenções das grandes cidades históricas da Rota da Seda mas de certa forma é aqui que se vê uma diferente parte do país.
A Viagem até Nukus: De Khiva terá sempre que voltar a Urganch. Da mesma forma como chegou. Uma vez ali, procure um táxi partilhado para Nukus. A viagem demorará duas horas e deverá custar 30.000 UZS.
O melhor de Nukus e Moynaq
Necrópole Mizdahkan
Cemitério impressionante com campas antigas e túmulos que datam do século II a.C. A mistura de túmulos de diversas épocas numa linha de tempo que abrange dois mil anos.
Castelo Gyaur Kala
Deste castelo temos uma excelente vista sobre o Turquemenistão e no seu interior podem-se ver vários detalhes arquitectónicos.
Barcos no Mar de Aral
Descubra este antigo porto de pesca do Mar de Aral para conseguir avaliar a extensão do desastre ecológico deste mar desaparecido.
Museu de Nukus
Este é um dos melhores museus do Uzbequistão. Não perca explorar as diversas colecções expostas nos edifícios do museu.
Visitar Nukus
Museu Estatal de Arte do Caracalpaquistão
Inesperadamente encontraremos em Nukus uma das melhores colecções de arte soviética do mundo. Encontra-se no Museu Estatal de Arte, também conhecido como Museu I.V. Savitsky. Este artista, nomeado director do museu em 1966, coleccionou secretamente peças de arte proibidas pelo regime, especialmente autores da corrente avant-garde. A formação desta colecção talvez tenha sido possível devido à posição remota de Nukus, claramente afastada do foco de atenção das autoridades soviéticas. Hoje em dia o museu tem um espólio de cerca de 90 mil peças, podendo ser visitado todos os dias excepto às Segundas-feiras.
Mizdakhan
- Não se iluda, este é um dos locais mais interessantes para visitar em todo o Uzbequistão. Uma autêntica necrópole, ou cidade dos mortos no meio do deserto!
- A cerca de 20 km a oeste de Nukus encontra-se Mizdakhan, uma antiga cidade, hoje transformada em ruínas. Foi fundada por volta do século IV a.C. e chegou a ser a segunda maior cidade da região.
- Timur destruiu-a mas mesmo depois disso continuou a ser considerada um lugar sagrado, existindo ali múltiplos túmulos e mausoléus, com destaque para o de Mazlum Khan Slu, totalmente subterrâneo e restaurado para deleite dos visitantes.
- Ali por perto, na colina seguinte em direcção ao Turquemenistão, encontram-se vestígios de uma fortaleza do século III a.C., chamada Gyaur-Qala.
- Um táxi fretado em Nukus deverá custar cerca de 50.000 UZS, ida e volta e incluindo tempo de espera para que visite o local.
Gyaur Kala
Gyaur Kala é um dos Castelos do Deserto do Antigo Khorezm e de onde temos uma excelente vista sobre o Turquemenistão. No seu interior podem-se ver vários detalhes arquitectónicos. Lugar fantástico onde sentimos história viva.
Mercado
- O mercado de Nukus fica junto à estação rodoviária e merece uma visita.
- O recinto é maioritariamente coberto, encontrando-se ali a gama habitual de produtos à venda nos bazares da Ásia Central.
- Uma boa oportunidade para grandes fotos, até porque as pessoas costumam permitir que se lhes tire um retrato. Se pedir, claro.
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O Mar de Aral
Talvez a principal razão para o viajante se deslocar a Nukus seja a oportunidade de visitar, a partir deste cidade, o Mar de Aral, ou melhor, o que resta dele. Apesar de possível, não é viagem que se faça num só dia já que serão cerca de 200 km para cada lado.
Contudo, é a cidade mais próxima e de Nukus poderá seguir até à localidade de Moynaq, uma antiga comunidade piscatória entretanto deixada bem a seco e afastada da pouca água ainda existente naquele mar.
Note que apesar de ser recomendável pernoitar em Moynaq, deverá procurar informação localmente, já que as opções de alojamento são reduzidas e parecem aparecer e desaparecer a grande velocidade.
O que aconteceu ao Mar de Aral
No início dos anos 60 as autoridades soviéticas tomaram uma trágica decisão: os cursos dos dois rios que desaguavam no Mar de Aral seriam alterados, dirigidos para o deserto onde deveriam irrigar as plantações que ali surgiriam. Procurava-se produzir sobretudo algodão, aposta forte dos responsáveis da agricultura da URSS, que por alguns anos foi bem sucedida: à data da independência, o Uzbequistão era o maior produtor de algodão do mundo.
Mas já antes da alteração dos cursos daqueles rios a água do Mar de Aral estava a ser usada para irrigação. A construção de canais em grande escala iniciou-se vinte anos antes. Contudo a gestão e aproveitamento das águas era medíocre e perdia-se uma quantidade imensa do precioso líquido.
Nos anos 60 o nível da água desceu em média 20 cm por ano. Na década seguinte o ritmo subiu para 60 cm por ano. Em 2004 a área ocupada pelo mar era de apenas 25% da sua extensão original e actualmente o que resta do Mar de Aral recua um metro por ano.
Visitar Moynaq
Moynaq localizava-se junto à margem do Mar do Aral. Hoje, a água está a 100 km de distância e os seus habitantes, que outrora formavam uma estável comunidade piscatória, lutam para encontrar um novo rumo para o seu futuro. Muitos partiram, considerando que a sua cidade estava moribunda. Alguns conseguiram adaptar-se e de alguma forma ganham a vida através do turismo que aqui vai chegando.
Aqui, poderá ver o cemitério de barcos abandonados. O seu número tem-se reduzido mas por enquanto é ainda uma visão impressionante. Um destes barcos, uma traineira, encontra-se junto à estação rodoviária, preservado, e pode ser visitado.
Se gosta de lugares abandonados tente explorar um pouco do que resta da fábrica de processamento de texto. A unidade fabril, que no passado deu emprego a uma boa parte dos habitantes de Moynaq, está agora totalmente abandonada.
Outro local a visitar é o Museu de Estudos Regionais de Moynaq, onde encontrará uma exposição que testemunha o drama da morte do Mar de Aral, com objectos que falam do passado não muito distante em que aqui se pescava e se processava peixe e uma colecção fotográfica que conta a história toda, iniciando-se por volta de 1950 e terminando em 1980.
O Monumento ao Mar de Aral localiza-se junto à antiga margem. Pitoresco, tem um painel interpretativa que explica toda a situação referente ao desaparecimento das águas.
Transporte de Nukus a Moynaq
- Mashrutkas: há três ou quatro partidas matinais de Nukus. As viaturas saem do mercado, arrancando quando estiverem cheias. Vá cedo para a estação caso contrário arrisca-se a ficar em terra. O bilhete deverá custar 10.000 UZS e a viagem leva cerca de três horas.
- Táxis: os preços de táxi variam substancialmente. Dependerão da sua sorte e capacidade de negociar uma tarifa em conta. Poderá ser possível pagar uns 200.000 UZS para uma viagem de ida e volta caso não se importe de partilhar a viatura. Para um táxi privado os valores poderão oscilar entre os USD 45 e os USD 100, também para ida e volta.
- Tours: alguns dos hóteis de Nukus e as agências de viagem da cidade comercializam tours ao Mar do Aral, incluindo o transporte e a visita a alguns dos pontos mais interessantes da região. Custará cerca de USD 150 e será cansativo, mas por outro lado poderá descontrair e não se preocupar com os aspectos logísticos da expedição.
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